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Alguma vez, ao utilizar uma torneira ou um chuveiro, por exemplo, você se deparou com uma baixa pressão na saída de água, mesmo com a caixa d’água cheia, ou com o sistema de abastecimento público funcionando corretamente?

Foto 01 – Vazão insuficiente na peça de utilização.

Isto pode ocorrer devido erros de projeto e execução das instalações prediais, entupimento da tubulação, e até por uma simples válvula do sistema que não foi aberta em sua totalidade.

Outros problemas também são muito comuns, como sobrepressão, vazamentos, vibrações e ruídos excessivos.

Devido a complexidade das instalações prediais, são muitas as variáveis que podem provocar o surgimento de manifestações patológicas: desde erros de concepção sistêmica do projeto, erros de dimensionamento do sistema, ausência de detalhes construtivos, incompatibilização com outros projetos, especificação de materiais inadequados, baixa qualidade da mão de obra e o não atendimento do projeto executivo.

Daremos ênfase ao problema de subpressão nos pontos de utilização da instalação, mas, antes de dar continuidade ao assunto, descreveremos abaixo os tipos de pressão e seus limites admissíveis no sistema, conforme NBR 5626 – Instalação predial de água fria e NBR 7198 – Projeto e execução de instalações prediais de água quente.

TIPOS DE PRESSÃO

Os tipos de pressão que ocorrem no sistema e que devem ser consideradas para o dimensionamento são descritos conforme abaixo.

  • PRESSÃO ESTÁTICA: é a pressão que a água exerce na tubulação sem escoamento (água parada). A pressão estática máxima para uma instalação em qualquer ponto não deve ultrapassar 400 kPa.
  • PRESSÃO DINÂMICA: é a pressão da água em movimento nos pontos de utilização. Em qualquer caso a pressão não deve ser inferior a 10 kPa, exceto no ponto da caixa de descarga (não inferior a 5 kPa) e no ponto da válvula de descarga do vaso sanitário (não inferior a 15 kPa).
  • PRESSÃO DE SERVIÇO: é a pressão máxima que pode ser aplicada à tubulação e seus acessórios em condições de normais de uso, ou seja, quando qualquer dispositivo da instalação for fechado, esse transiente hidráulico (alteração da velocidade da água) não pode provocar uma sobrepressão superior a 200 kPa, o que significa que a pressão de serviço máxima admissível é de 600 kPa, resultado da somatória da pressão estática máxima e da sobrepressão.

O QUE É PERDA DE CARGA?

Em instalações hidráulicas prediais, a perda de carga é a redução da pressão na tubulação, ou seja, a redução de energia da água durante sua passagem pela tubulação até as suas peças de utilização (torneiras, chuveiros, vasos sanitários etc.). Quanto maior a perda de carga do sistema, menor será a pressão dinâmica nos pontos de utilização.

É importante ressaltar que sempre ocorrerá a perda de carga à medida que a água percorre o sistema, e isso não é um problema, pois o dimensionamento do projeto e sua correta execução suprirão essas perdas para que as pressões no sistema e as vazões nos pontos de utilização sejam adequados.

Obs.: O dimensionamento do sistema de água quente é semelhante ao sistema de água fria, com algumas ressalvas sobre materiais, aparelhos, isolamento térmico etc. Ambos são integrados e se complementam. Suas normas técnicas específicas devem ser respeitadas.

Foto 02 – Instalação predial de água fria.
Foto 03 – Instalação predial de água quente.

Existem dois tipos de perdas de carga: distribuída e localizada.

  • PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA: este tipo de perda de carga ocorre pelo movimento da água nos trechos retos da tubulação com diâmetro constante, e depende do comprimento, diâmetro interno, rugosidade da superfície interna e da vazão.
  • PERDA DE CARGA LOCALIZADA: este tipo de perda é causado pelas conexões (curvas, joelhos, luvas, tês etc.) que formam a tubulação e pelos acessórios que compõe o sistema, como válvulas, registros, hidrômetros, etc. Eles mudam a direção e a velocidade da água e provocam turbulências internas que geram as perdas. O efeito da perda de carga localizada é sentido a montante e a jusante da localização do acessório ou conexão.
Foto 04 – Perdas de cargas distribuídas e localizadas.

A perda de carga total de um sistema é definido pela somatória das perdas de cargas distribuídas e localizadas.

COMO EVITAR PROBLEMAS DE SUBPRESSÃO?

Agora que você já sabe o motivo da ocorrência das perdas de carga, os tipos de pressão na instalação predial e a importância de um bom dimensionamento, projeto e execução, abordaremos maneiras de evitar problemas.

  1. Contrate profissionais habilitados para dimensionar e projetar o sistema hidráulico da edificação;
  2. Contrate mão de obra capacitada para executar o projeto sob a supervisão de um profissional habilitado;
  3. Atenda às especificações técnicas de materiais. Não adquira materiais de baixa qualidade, pois essa “economia” lhe trará transtornos futuros;
  4. Uma forma de economizar com o sistema hidráulico e também reduzir as perdas de carga, é executar cozinha, banheiros e área de serviço próximos uns aos outros. Assim, a quantidade de tubos, conexões e acessórios será menor;
  5. Caso o projeto arquitetônico não permita a solução acima, consequentemente o comprimento da tubulação irá aumentar. No entanto, se as pressões se tornem insuficientes, o projetista poderá aumentar o diâmetro dos tubos (onde necessário), elevar o reservatório (se possível), ou inserir um pressurizador no sistema.